Música! Pra mim não se explica, não se mede, não há fórmula que faça dela algo comum, normal. A música não é normal, quando bem feita, ela invade-nos não só pelos ouvidos, mas também pelos poros, o que me causa inquietação corporal. Sinto-me puxado, sinto-me roubado pra um lugar o qual não se distingue por nação, cor, finanças, classe social, é apenas música; vida.
Isso filosoficamente falando, literalmente falando, a música é bem organizada e tem suas explicações e normas, mas quando ouvida, é o filosófico que importa, a não ser que esteja tentando analisar esteticamente o que ouve.
Rapaz, me sinto agoniado com a situação em que o Brasil está musicalmente falando, não falando dos profissionais da música, mas com a população que ouve música ruim. Mede-se o nível das faculdades mentais dessas pessoas pela qualidade musical que ouvem.
Sabendo que a cultura musical brasileira é bem diversificada, deve-se respeitar tais movimentos, de forma com que não se carece criticar como também não banalizar, se bem que as críticas baseadas no senso comum de qualidade são ditas no intuito de aperfeiçoamento. Contudo a banalização musical com base na cultura brasileira tem deixado-a em decadência, fazendo com que os novos feitos tornem-se exemplo do “bom” costume.
Quando antigamente as pessoas ouviam Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Noel Rosa, Elis Regina, entre outros grandes da música popular, independente de estilo, que falavam de amor, não só de homem e mulher, como amor a terra, o amor a vida, sobre o bom costume de ser um “Eu” nexo, que mesmo sem nexo algum, podíamos nos arrepiar sem culpa, pois é cultura, música de qualidade, que alguns hoje ainda fazem em meio a muitos que falam apenas de sexo explícito, drogas, bebidas, traição (a famosa música de corno), dinheiro, fama, futilidades, e o “bom” costume de ser sem lógica alguma, pois nem é digno falar de coerência em meio à imundice que as pessoas ouvem e acham de bom gosto. Termos como é “gáia aqui é gáia ali”, o famoso “Beber cair e levantar”, as cinco velocidades do “creu”, a “Tarraxinha”, e a grande metáfora do século vinte e um “Amor é feito capim, mas veja que absurdo, a gente planta, ele cresce, aí vem uma vaca e acaba tudo”, são exemplos do bom gosto musical que a galera curte, e acarretam para sua família e amigos, chegam até a chorar porque aquela linda música lembra momentos belos de suas vidas, imagine os momentos.
É culpa deles? Não, acredito que crescer a margem de tudo isso, os torna marginais da pouco vergonha, chegam a não saber discernir o verdadeira significado da música, crendo que cultura é coisa de nerd, ou de pessoas desatualizadas e ignorantes (termos usados por eles, lógico que escritos por suas mãos estariam assim: Disatualisado e eguinorantis), quando até por via das músicas puras de muito esforço a mente como “barabaraberebiribiriboroboroburuburu venha cá, venha cá, venha cá”, entre muitos erros da língua portuguesa, eles acreditam mesmo que nós é que somos os ignorantes. E a humanidade, tende a crescer ou regressar com isso? Pena do mundo se isso for hereditário.